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Era um dia qualquer. Chegou como tantas outras vezes, atrasada. Já engatava um passo largo, como quem começa uma corrida, para compensar o tempo perdido. Nada a faria parar até um pequeno garoto (não passava dos 7) surgir da cabine e a chamar:
- “Moça, quer um?”, estendendo a mão e oferecendo-lhe um cartão qualquer.
Quase desacreditando do que a tinha feito parar, mas não deixando sua educação de lado, agradeceu.
Ele insistiu:
- “Pega!”, novamente com o mesmo gesto.
A insistência vinda de tão pequeno ser a intrigou. Devia ser algo que realmente importasse para ele. Apesar do atraso, ela voltou e agradeceu pegando o cartão. Pôs rapidamente no bolso para não perder mais tempo e finalmente conseguiu engatar na corrida.
O tempo não parou. Anoiteceu e ela, ao despir-se, viu o tal cartão cair do bolso de sua calça. Já o havia esquecido. Pegou e se espantou. Indignou-se, balançando a cabeça, mas acabou guardando na carteira.
Cliente preferencial não é para qualquer um.
Deborah Masano Cavaloti